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Novas tendências no mundo da informática 2019

Por Prof.ª Roberta Kelly

Transformação. Esta é a palavra do momento da informática. O mundo não se encontra somente em evolução ou num processo de mudança na informática. E a explicação para essa transformação mundial é que, com o fim da guerra fria –com a individualidade sendo restaurada, o que as pessoas passam a perseguir é qualidade de vida. Como qualidade de vida, se entende dois fatores sociais, que são óbvios e que são a causa de toda essa transformação: o valor do tempo e o valor do dinheiro.

O valor do tempo significa que nossos avós tinham muito tempo e poucas coisas para ocupá-los. Nós temos muitas coisas a fazer –sejam livros para ler, diversões, seja no trabalho, mas o tempo disponível não nos é suficiente. O tempo passa a ter um valor muito importante. E o valor do dinheiro está, a partir do momento em que é difícil de se conseguir, cada vez maior. Isso traz como consequência uma alteração profunda nas estruturas, onde a informação é de fundamental importância no mundo da informática.

Dentre estas transformações, destaco dez. A primeira é uma transformação global, de âmbito maior. Há uma estabilização democrática em todo mundo. Os regimes de livre iniciativa se mostraram como os melhores para produzir riqueza e qualidade de vida; com o término da guerra fria, houve um deslocamento de orçamentos militares para as áreas de educação, de saúde e de infraestrutura; o comércio mundial se expandiu, as barreiras entre os países estão caindo cada vez mais e as nações buscam uma competitividade enorme entre si para atrair tecnologias, capitais e para desenvolverem melhores condições de qualidade de vida. Os países reformam suas estruturas, reformam suas legislações, buscam competitividade dentro de investimentos que podem ser feitos em qualquer parte do mundo.

A segunda grande transformação se refere à forma de concorrência. A concorrência já não vem mais como antigamente. No passado, por exemplo, um armazém competia com um armazém. Hoje, surge o supermercado, que compete com os armazéns regionais; os shoppings, que “engolem” os supermercados etc. E isso se expande com os electronic shoppings. As barreiras de competição foram reduzidas. Exemplo: uma empresa, que não tem nenhum restaurante, entrou no ramo de restaurantes. Ela tem um catálogo de dezenas de restaurantes. Você liga, pede o que quiser de qualquer restaurante e recebe em casa dentro de 30 minutos. Foi a informação que possibilitou isso. Portanto, a forma da concorrência está mudando, fazendo com que cada vez mais as empresas tenham que estar ligadas ao cliente, numa grande rede global, para facilitar e diminuir os custos de produção, os custos de venda.

Os serviços constituem outra transformação. Eles estão em franca expansão e toda a concorrência está se voltando para serviços. A diferenciação entre uma empresa e outra hoje se dá através da prestação do melhor serviço. Os fabricantes –sejam eles de automóveis, de eletrodomésticos etc– estão entrando na área de serviços. Como? Fazendo uma extensão da garantia, por exemplo. Como a qualidade aumentou muito, é possível estender uma garantia de cinco para sete anos, cobrando uma pequena taxa. Dessa maneira, não se lucra tanto na venda do produto, mas sim na prestação de um serviço.

A quarta grande transformação se dá na área de qualidade. Hoje se luta para ter qualidade superior e um certificado ISO 9000. Isso é muito importante, mas deixou de ser um fator diferenciador para ser essencial. A diferenciação passa a vir da quantidade de valor agregado que se possa dar ao cliente. E a qualidade deixa de ser a conhecida de qualidade de hoje para ser uma reestruturação dos processos de negócios.

A quinta grande transformação é a preocupação com o meio ambiente. Cada vez mais, as fábricas poluentes estão tendo que investir para fazer um produto sem poluir o meio ambiente. Nos Estados Unidos, se gasta US$ 7 bilhões por ano –crescendo a 10% ao ano só para garantir que os processos não gerem lixo poluente. Quem não fizer isto, não tem futuro.

Na área de tecnologia e investimentos, destaco a sexta grande transformação. As inovações hoje em tecnologia são imensas e, ao mesmo tempo, os riscos e as oportunidades são muito grandes. Assim, torna-se necessária a criação de associações, parcerias. As indústrias de informática, cada vez mais, têm que fazer associações. Nenhuma empresa hoje tem todas as tecnologias e pode se considerar auto-suficiente, como acontecia antigamente –quando o que definia um sucesso tecnológico era uma boa tecnologia. Hoje, o que define o sucesso tecnológico é a aceitação no mercado.

A próxima grande transformação ocorre na área dos sindicatos, que estão passando por uma reestruturação enorme no mundo inteiro. Eles estão deixando de ser ideológicos para serem alinhados ao negócio das empresas. No mesmo caminho, a oitava transformação se dá em nível dos empregados. A forma como veem as empresas está mudando. O funcionário está muito mais preocupado em ter uma contribuição na empresa, a ter um “empowerment”. Eles estão em busca de mais delegação, de poder e de riscos, procurando trabalhar em equipes multidisciplinares de pessoas com formações diferentes que se reúnem para resolver um problema.

A nona transformação ocorre quanto ao nível de valores das empresas. Elas tiveram que se reorientar aos clientes. Os monopólios estão terminando no mundo inteiro e as empresas estão cada vez mais atuando dentro da filosofia “pensar global e agir local e pensar local, agindo global”. Mas, o mais importante dentro dos valores dessas empresas é a velocidade da decisão. A velocidade em que se pode conceber um produto e lançá-lo no mercado vai ter que ser diminuída cada vez mais. O tempo de marketing é um fator diferenciador na busca de competitividade.

Por fim, a última transformação está ocorrendo na indústria de informática. E informática é um aspecto interessante, pois é a causa que permite todas as outras transformações e, ao mesmo tempo, é extremamente afetada por elas. No mundo da informática, há duas tendências hoje: a facilidade de utilização do computador e do software voltada para a relação homem/máquina, onde se busca “conversar” com o computador, falar o comando verbal, ouvir a máquina, tocar um objeto, cada vez mais substituindo o teclado ou o mouse. Além disso, as empresas do futuro não vão ter cada uma um banco de dados econômico. Ele será um só e o usuário comprará a informação de que necessitar. O banco jurídico será outro. Não haverá necessidade de cada empresa multiplicar estas informações e mantê-las atualizadas. Novos negócios estão surgindo com a venda de conteúdos na rede. Para isso, cinco tecnologias serão utilizadas: a do laptop celular um computador extremamente possante, celular, a multimídia, a filosofia cliente/servidor que gerou a democracia de informação: todos têm acesso a informações autorizadas, a programação orientada a objeto que multiplica a produtividade de programação e os “transponders” pequenos objetos capazes de emitir ou reagir a um impulso de rádio ou de frequência variada e que permitem que objetos façam parte do mundo da informática.

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